Projeto Voto 70 Mais

  • PRÊMIO CNJ

O Prêmio CNJ de Qualidade 2023, regulamentado pela Portaria nº 82/2023, tem dentre seus requisitos a exigência de que o laboratório de inovação do Tribunal desenvolva um projeto de inovação, distinto daquele escolhido para a Meta 9/CNJ, em que seja utilizada a abordagem do design thinking. Deve ainda conter dados e links ativos que permitam a compreensão pela sociedade, com impacto sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

Histórico:

A ideia surgiu em um dos grupos da oficina de design thinking realizada no TRE nos dias 12, 13 e 14 de junho, que, inicialmente criou hipóteses relativas ao desafio das “filas de votação nas eleições 2022".

A média de idade da população do País e, consequentemente do eleitorado, vem aumentando a cada ano, cabendo à Justiça Eleitoral se voltar para as necessidades do eleitor mais idoso e, ao mesmo tempo, atuar contra o preconceito voltado para esse público ("etarismo"). No caso das eleições 2022, provavelmente, alguns problemas ocorridos estiveram relacionados, direta ou indiretamente, ao voto do eleitor mais idoso.

Esse público pode ter contribuído, de variadas formas, com a existência de congestionamentos nos locais de votação e, também, pode ter sido bem impactado pela existência de filas. Consideradas as que levaram o eleitor ter espera de mais de 15 minutos, as filas provavelmente foram ocasionadas por vários fatores, entre os quais atrasos na identificação biométrica do eleitor, dificuldades na gestão de prioridades para votar, problemas ligados às  urnas eletrônicas, atraso do eleitor na digitação do voto (principalmente por quem não levou colinhas), concentração de idosos e deficientes em uma mesma seção ou local de votação, falhas dos mesários, comparecimento maior de idosos comparado a eleições anteriores, seções com grande número de eleitores, concorrência de quem foi votar com quem foi se justificar (por não haver MRJ), má sinalização em locais de votação (eleitores entrando em filas de seções erradas), etc.

Objetivo:

Após refinamento de reflexões durante a oficina, e diante da necessidade de fazermos recortes no desafio inicial, concluímos que boa parte dessas variáveis tem algum ponto de relação com o segmento de eleitores com mais de 60 anos, que nunca foi objeto de projeto/tratamento especifico por parte do TRE e que tende a crescer a cada pleito.

Ao pensarmos no escopo do projeto, contudo, entendemos ser mais adequado considerar a linha de corte adotada pela Constituição ao estabelecer parâmetros de idade em relação à obrigatoriedade do voto. Entre os 18 e os 69 anos, votar é um direito e um dever. É dos 70 anos em diante que o voto, tornado facultativo às pessoas desta faixa etária, torna-se exclusivamente um direito. Esta linha dos 70 anos é a que estratifica e muda a natureza da relação dos cidadãos e cidadãs com as Eleições. Daí, propôs-se que o projeto se chamaria “Voto 70 Mais”.

Nesse sentido, colocamos como redefinição do desafio inicial "como podemos melhorar a experiência de voto para o eleitor idoso" e , entre as conclusões que chegamos, foi da importância de se ouvir, em entrevistas/pesquisas de natureza qualitativa, pessoas desse grupo de eleitores, para conhecer as percepções sobre o que ocorreu no dia da eleição em 2022 e coletar eventuais sugestões para as próximas.  Embora tenhamos como foco, num primeiro momento,  problemas das eleições de 2022, a abordagem seria feita principalmente na coleta de sugestões paras as próximas, tendo em vista que o projeto só irá se concretizar após um ano do pleito - o que pode levar a uma certa crítica quanto ao timing por parte da Justiça Eleitoral.

Esse projeto serviria também como uma espécie de insumo para que o as percepções coletadas possam alimentar as reflexões do projeto que trata das filas na votação em 2022, liderado pela SGE, que já se dispôs a trabalhar em parceria com o LIODS.

Ferramentas, Técnicas e Métodos Inovadores:

O projeto foi desenvolvido por meio da abordagem do design thinking, durante oficinas realizadas nos dias 12, 13 e 14 de junho de 2023, no TRE-MG.

Dentre as ferramentas utilizadas, foram elaborados os seguintes documentos canvas pelo grupo participante do projeto, de forma de se discutir e refinar as dimensões do problema e da solução:

  • Análise do desafio inicial
  • Alinhamento de conhecimentos e preparação de roteiro de imersão
  • Análise de dados, aprendizados e insights
  • Redefinição do desafio inicial
  • Mapa de registro de ideias
  • Ideação inversa
  • Protótipo

Para acesso aos documentos acima em formato canvas, elaborados durante a oficina, vide arquivo  Projeto Voto 70 Mais (pdf)

Além disso, para a implementação do projeto, serão realizadas entrevistas/reuniões de escuta ativa dos eleitores de 70 anos ou mais, com posterior avaliação dos resultados encontrados e elaboração do relatório final.

Áreas envolvidas:

  • Laboratório de Inovação e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (LIODS)
  • Secretaria de Governança e Gestão Estratégica (Rogério Tavares e Karina Bedran)
  • Secretaria de Gestão de Atos Eleitorais e Partidários (Beatriz Barbosa)
  • Secretaria de Tecnologia da Informação (Valéria Machado)
  • 10ª Zona Eleitoral - Alpinópolis (Cláudia Izidoro)
  • 243ª Zona Eleitoral - Sacramento (Wesley Naves)
  • Secretaria de Comunicação Social (Priscila Robini, Renata Raphaele, Vanízia Vaz)
  • Escola Judiciária Eleitoral (Andreia Matos)

Período de execução:

  • Junho a novembro de 2023

 

Benefícios:

A instituição pretende incorporar ideias extraídas da escuta do eleitor com 70 anos ou mais à gestão e ao planejamento, para contemplar a visão desse público em processos de trabalho, visando a melhoria da experiência do voto desse eleitor e, eventualmente, de outros segmentos do eleitorado.