Ministra do TSE fala sobre novas modalidades de abuso no processo eleitoral

Palestra de Maria Claudia Bucchianeri aconteceu na sede do TRE

Foto de mesa de autoridades no auditório do TRE. A ministra Maria Claudia Bucchianeri está de pé...

Nesta sexta-feira (10), a ministra substituta do TSE Maria Claudia Bucchianeri esteve no TRE-MG para uma palestra sobre o tema “Novas modalidades de abuso: poder religioso, redes sociais e fake news”. O evento faz parte do FOCO Eleitoral, programa de formação continuada para magistrados e servidores, e foi transmitido ao vivo no YouTube .

A ministra iniciou sua fala lembrando que a legislação eleitoral abrange três figuras típicas de abuso no processo eleitoral: o abuso de poder político, o abuso de poder econômico e o abuso do poder de mídia (uso indevido dos meios de comunicação). Ela ressaltou, porém, que essa legislação existe há 30 anos e não passou por nenhuma adaptação que acompanhasse as mudanças da sociedade e o surgimento de novas modalidades de abuso.

Ministra Maria Claudia Bucchianeri. Atrás dela, aparecem bandeiras do Brasil e de Minas Gerais.

“Como a realidade não é estática, é natural que surjam situações novas”, ponderou. Maria Claudia citou, então, que os TREs e o TSE vêm lidando, há pouco mais de dez anos, com casos que envolvem abusos praticados por líderes religiosos ou instituições religiosas, visando influenciar o voto de grupos de eleitores. Como eventos religiosos em que um candidato tem espaço para falar sobre seus projetos. E também situações em que líderes permitem o acesso de apenas um ou alguns candidatos às suas comunidades durante o período de campanha.

A ministra explicou que essas situações não podem ser enquadradas como abuso de poder político, já que líderes religiosos e líderes comunitários não são agentes públicos. “Tenho aí uma nova figura de abuso de poder?”, questionou.

Ao falar sobre o uso de redes sociais, ressaltou que esses têm sido os principais meios pelos quais as pessoas se informam, enquanto a legislação fala apenas em jornais, revistas, rádio e televisão. “Será que o conceito do uso indevido dos meios de comunicação também não precisa ser atualizado?”, perguntou.

Maria Cláudia afirmou que, enquanto a lei não é alterada, o grande desafio do aplicador do Direito é encaixar essas novas realidades dentro das três figuras típicas que já existem. O enquadramento dos aplicativos de mensagem, porém, é uma questão mais delicada, porque eles são entendidos como plataformas de troca de mensagens privadas, que não produzem informações públicas.

Mas a tendência, atualmente, é o entendimento de que há um desvio no uso dos aplicativos quando acontece disseminação maciça de notícias e afirmações mediante uso de CPFs falsos e compra de dado no mercado negro. Nesse caso, há um desvio que coloca as plataformas no mesmo patamar dos meios de comunicação tradicionais e permite a configuração de uso indevido dos meios de comunicação.

Encerrando a sua apresentação, a ministra destacou que a Justiça Eleitoral tem o desafio de, em 2022, reduzir o máximo possível ”o ambiente de desinformação, discurso de ódio e desconstrução de imagem, para assegurar ao eleitor um ambiente mais adequado e correto de formação da sua escolha”.

O desembargador Ramom Tácio, integrante da Corte Eleitoral mineira, avaliou que a ministra deu “uma aula magnífica”. Entre os seus apontamentos sobre o tema da palestra, destacou que os meios tradicionais de comunicação não têm mais importância, e que o entrentamento à viralização de mentiras vai exigir um trabalho multidisciplinar no processo eleitoral de 2022.

Em seu discurso, o desembargador Marcos Lincoln dos Santos, presidente do TRE, agradeceu a presença da ministra Maria Claudia. E afirmou que “continuaremos trabalhando forte para coibir a disseminação de desinformação, bem como para vedar e punir qualquer forma de abuso, atuando nos termos da lei, sempre respeitando os princípios do Estado Democrático de Direito”.

Também compuseram a mesa de honra do evento o desembargador Octavio Bocalini, representando o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais; o desembargador do TJMG José Marcos Rodrigues Vieira; a juíza Lívia Borba, diretora-executiva da Escola Judiciária Eleitoral; a juíza Cristiana Ribeiro, auxiliar da Corregedoria do TRE; a juíza Fabiana Pasqua, diretora do Foro Eleitoral de Belo Horizonte; e o procurador regional eleitoral, Eduardo Morato.

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