Governador Magalhães Pinto é homenageado pelo TRE mineiro
O centenário de nascimento do governador Magalhães Pinto, no dia 28 de junho, foi lembrado na sessão de julgamentos desta quarta-feira (1ºde julho) pelo presidente do TRE, desembargador Almeida Melo. José Magalhães Pinto, eleito pela extinta UDN, governou Minas entre 1961 e 1966. Natural de Santo Antônio do Monte, nasceu em 1909 e morreu, no Rio de Janeiro, no dia seis de março de 1996, deixando um extenso currículo político de projeção nacional.
Leia a íntegra do pronunciamento do desembargador Almeida Melo:
“Na abertura dos trabalhos desta tarde, desejo prestar sincera homenagem ao Governador José de Magalhães Pinto, cujo centenário de nascimento ocorreu no último dia 28 de junho.
Os homens públicos devem ser reverenciados pelos resultados de sua obra e pelo desempenho na circunstância histórica e política em que viveram. Vivenciam crises, superam dificuldades. Às vezes, na constância do próprio Partido. Foi o que aconteceu com Magalhães naquele episódio que envolveu a dissidência da UDN, liderada pelo Deputado Fabrício Soares, por nós referido há poucos meses.
Das vicissitudes, das atribulações, mesmo de um movimento revolucionário, predomina o saldo altamente positivo de seus feitos políticos e administrativos.
Conheci o Governador de nutri por Sua Excelência admiração pessoal e reconhecimento pela capacidade de trabalho e de empreendimento.
Como político, figurou na linha conciliadora, construtiva, da pujante União Democrática Nacional.
Em reiteradas eleições para a Câmara dos Deputados foi o campeão absoluto de votos, tendo levado para sua legenda quantidade suficiente de sufrágios que serviu para a eleição de vários companheiros de bancada.
Era sensível. Contava-me o Prof. Darcy Bessone que, certa vez, Magalhães despachava, no Palácio da Liberdade. De repente levantou-se e foi à sacada. Depois voltou ao despacho e comentou: Gosto muito de uma banda de música. Ou seja, a saída do despacho foi para aproveitar mais o dobrado que passava por sua porta.
Quando o Presidente Juscelino faleceu, estava em desgraça política. Os velhos amigos evitavam passar por perto dele. Sou testemunha dos fatos, inclusive nos funerais. Houve incidente. A Presidência da República recusara-se a hastear o Pavilhão Nacional na forma protocolar de honra ao Chefe de Estado. Magalhães interferiu junto ao Presidente e foi cumprida a norma.
Homem que desejava o bem. Que honrou a Mãe, Dona Maricota, a família. Foi casado com Dona Berenice Catão de Magalhães Pinto, de família tradicional deste Estado.
Adoeceu e não pode saber da decadência do Banco Nacional. Certamente, se estivesse inteiro o nosso Estado não teria perdido aquele grande Banco.
Magalhães foi Governador, Secretário das Finanças, no governo Milton Campos, Senador, Deputado Federal, Ministro das Relações Exteriores e Presidente do Senado.
Registramos neste Tribunal, Casa do Povo, fonte da democracia, a homenagem merecida ao centenário do Governador Magalhães Pinto”.