A Força que vem do Voto

Sempre se soube que o TRE mineiro é conhecido em todo o País pelo seu pioneirismo, pela vanguarda em ações que não se limitam apenas à sua função precípua de realizar eleições. Prova disso foi o que aconteceu no segundo semestre de 2009, quando uma intrépida trupe de 13 servidores mostrou sua veia teatral nas apresentações do “Projeto Voto Forte”.

Sim, naquela época o grupo ficou bem conhecido por uma esquete teatral que misturava figurino extravagante e muito bom-humor a uma história que convidava o espectador a pensar sobre seu papel na comunidade por meio das escolhas individuais. A trupe itinerante ganhou também uma Van com a logomarca do Projeto, para se locomover. Afinal, se Milton Nascimento e Fernando Brant cantaram, “nos bailes da vida”, que “todo artista tem de ir aonde o povo está”, aquela turma também precisava pegar ruas e estradas para se encontrar com seu público, geralmente em canteiros de obras, associações de bairro e entidades de classe, casas para idosos, escolas, câmaras municipais, fábricas, órgãos públicos e o que mais viesse.

Tudo começou ainda naquele ano com um pedido do desembargador Almeida Melo, então presidente do TRE mineiro, à servidora Patrícia Montenegro (à época na Assessoria de Comunicação e atualmente na Assessoria de Cerimonial e Memória Eleitoral) para que desenvolvesse um projeto inovador que levasse ao eleitor reflexões sobre suas escolhas.

O entusiasmo foi grande e, mãos-a-obra, o projeto foi idealizado a partir de três vertentes de reflexão: escolhas (conscientes e inconscientes) que fazemos; informação (que obtemos e das quais necessitamos) e participação (importância da ação individual para as mudanças coletivas). Definidas as ideias, Patrícia tratou logo de contatar alguns colegas com dotes artísticos e convidá-los para a empreitada. Muita gente apareceu querendo ajudar e, ao final, estava escolhido um grupo de 12 artistas.

Patrícia lembra com saudade aquela época: “Esses três temas foram tratados em todo o projeto, começando pela oportunidade de fazer uma escolha, quando os participantes entravam no local da palestra, até a sua saída levando, nas mãos, um brinde, que era a consequência da escolha feita. O projeto foi todo lúdico, a palestra interativa conduzia à reflexão e à participação ativa dos integrantes. Para iniciar a palestra, foi realizada uma opereta com servidores do TRE-MG. A história representada levantava os elementos que seriam aprofundados na palestra”.

A direção do “Projeto Voto Forte”, nome escolhido pelo próprio desembargador Almeida Melo, ficou sob a responsabilidade de Cláudia Bento, autora e diretora teatral, servidora da Assembléia Legislativa, que também compôs as letras da trilha sonora do espetáculo. A música ficou a cargo do colega Rodrigo Peixoto (atualmente na Seção de Jurisprudência/CGI/SJU). Humberto, contínuo da ASCOM, ensinou à equipe os passos de street dance que encerravam a apresentação.

O projeto estreou no dia 25 de agosto de 2009, num grande canteiro de obras da Capital, para uma plateia com mais de 200 operários. Um sucesso total, com repercussão na imprensa escrita e televisiva.

Nos sete meses que se seguiram – de agosto de 2009 a abril de 2010 -, o “Voto Forte” contabilizou 32 apresentações, ultrapassando as fronteiras de Belo Horizonte, com espetáculos também em Cláudio, Varginha, Paraguaçu, Betim, Santa Luzia e Contagem.

E o reconhecimento nacional não tardou a chegar: durante o 10º Congresso Brasileiro de Comunicação e Justiça (Conbrascom), realizado de 2 a 4 de junho de 2010, em Porto Velho - Rondônia, o “Voto Forte” recebeu o “8º Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça”, na categoria “Projeto Institucional”. A apresentação do projeto foi feita por uma das integrantes da trupe, Berenice Vieira Sobral, então servidora da  Assessoria de Comunicação e hoje titular da Assessoria de Cerimonial e Memória Eleitoral.