TRE debate a segurança do processo eletrônico e os desafios impostos pela desinformação
Evento está disponível no canal do TRE-MG no You Tube
Em evento realizado no TRE nesta sexta-feira (27), dentro do projeto 3º Turno – Temas Eleitorais em Foco, foi discutida a segurança do processo eletrônico da votação e as dificuldades impostas pela desinformação. Para esse encontro, participaram três vozes distintas da sociedade: o institucional, a academia e a imprensa. Estiveram presentes os debatedores Mozart Fernandes Moreira Lima (à esquerda, na foto), especialista em Sistemas de Informação e chefe do Núcleo de Segurança da Informação do TRE-MG; Fabrício Benevenuto, doutor em ciência da computação e professor da UFMG, e Bertha Maakaroun (à direita, na foto), doutora em ciência política, jornalista do Estado de Minas e comentarista da rádio CBN.
Mozart Fernandes Moreira Lima, especialista em Sistemas de Informação e chefe do Núcleo de Segurança da Informação do TRE-MG, esclareceu como se desenvolve o processo eletrônico de votação, o funcionamento geral do sistema, desde a criação dos softwares utilizados até a transmissão do boletim de urna, quando encerrada a votação. Ele ressaltou que a falta de entendimento do processo, mais complexo do que quando havia o voto em cédula, aliado às campanhas de desinformação, “dificultam ao eleitor entender o que acontece”. Ao final, afirmou que a urna eletrônica é uma engrenagem de todo um processo, que tem um nível de segurança bastante alto, apto para garantir a legitimidade do processo eleitoral.
Fabrício Benevenuto, professor do Departamento de Ciência da Computação na UFMG e coordenador do projeto Eleições sem Fake, informou sobre os procedimentos que foram implementados pelo seu grupo de trabalho nas eleições de 2018, objetivando apontar falhas e propor soluções no combate à desinformação no meio digital. Pontuou as situações específicas no uso de boots nas redes sociais, o impulsionamento de propaganda no Facebook e a viralização de boatos no WhatsApp - situação que diferenciou a eleição brasileira de 2018 de outras eleições.
Bertha Maakaroun destacou que as democracias vivem um ambiente informacional desafiador, e as redes sociais são ferramentas importantes para o que hoje se chama de guerra híbrida, que ocorre no mundo cibernético, com as ondas de desinformação. Pontuou as dificuldades de comunicação atualmente e que ensejam ataques à reputação das instituições. Para ela, há atualmente uma atomização de informações e que a fake news é utilizada para desacreditar as instituições, como a imprensa e a própria urna eletrônica. Após lembrar o cenário atual de "bolhas ou guetos informacionais", disse que é um compromisso de todos a preservação da democracia no país.
O encontro foi mediado por Lara Marina Ferreira, servidora do TRE-MG, mestre em Direito pela UFMG e professora universitária, e foi aberto pelo membro substituto da Corte Eleitoral, desembargador Maurício Torres Soares, que ressaltou a importância de se reforçar perante a a sociedade a transparência do processo eletrônico de votação.
O projeto 3º Turno tem como objetivo divulgar pesquisas e publicações de magistrados, promotores, advogados e servidores públicos sobre temas jurídicos relacionados ao processo eleitoral. A TV Assembleia gravou o evento e irá veiculá-lo durante sua programação, nas próximas semanas. Também pode ser visto a qualquer tempo no canal do TRE no YouTube.
Veja reportagem sobre o evento.
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